O que aprendi com meus relacionamentos amorosos
- Ludmila Pinheiro
- 2 de ago. de 2019
- 6 min de leitura
De uns três anos pra cá eu entrei em um processo de autoconhecimento muito profundo... No início esse processo foi tão pra dentro que eu acabei sumindo um pouco do mundo... Tinha preguiça de sair e até mesmo de conversar com muitas pessoas. Agora tô num momento inverso, minha necessidade é de falar pro mundo... Pois sei que tenho muita coisa pra dividir... E sei também que tudo o que eu vivo é mais do mesmo. Muitos de nós passamos por processos semelhantes. Então, o que eu vivo é só um exemplo pra que possam observar e buscar as semelhanças em suas histórias particulares. Hoje vim aqui falar sobre auto-valor. Cara, eu sei que parece clichê e que a gente já ouviu tanto falar disso... Mas vou te contar uma coisa, quando a fichinha realmente cai, é um negócio bem incrível... E pra falar sobre auto-valor, eu preciso contar um pouco sobre meus relacionamentos e sobre a minha forma de me relacionar. Duas coisas eu já havia percebido em mim. A primeira era que quando alguém se encantava por mim e gostava de mim realmente eu sempre me apavorava e tinha vontade de fugir... de sair correndo. E por outro lado, eu sempre gostava das pessoas que não eram capazes de enxergar a minha luz, o meu valor... e aí ficava naquele sofrimento e gasto de energia, tentando provar pra pessoa como eu era legal. Mas a vida é realmente muito mágica... vai sempre trazendo as experiências que a gente precisa pra aprender nossas lições. Na adolescência passei por um período de jogo de gato e rato, ora sendo rato, ora sendo gato. Vivendo paixonites e sofrimentos. Uma vez estava conversando com um grande amigo do meu pai e ele me disse uma frase que nunca vou esquecer. Ele disse que eu dava pérola aos porcos, no sentido de que eu sempre me relacionava com pessoas que não tinham condições de reconhecer o meu valor, assim como os porcos não podem perceber a beleza das pérolas. Eu sempre tive esse pensamento em mente, eu sempre observei isso, mas nunca consegui deixar de ser assim. Até que um dia eu conheci uma das pessoas mais especiais que já vi neste mundo. A gente tinha por volta dos 20 anos e até hoje eu fico impressionada com a maturidade que ele tinha. Fico impressionada com tamanha sensibilidade, amor e entrega que uma pessoa é capaz de ter. É claro que eu naõ estava preparada pra aquilo... e no começo tentei fugir. Mas ele era tão apaixonante que finalmente tive coragem de me entregar a um dos sentimentos mais puros que já vivi... E só quem conviveu com a gente sabe, era uma união surreal, cumplicidade verdadeira mesmo. Esse foi o meu primeiro relacionamento. Foram dois anos de muito amor. Mas o meu caminho estava só começando e muita coisa eu ainda tinha pra aprender. Algo em mim ainda precisava buscar por pessoas que não pudessem me valorizar. Foi então que me mudei pro Rio e voltei pro jogo do gato e rato e, como sempre, dando pérolas aos porcos. Depois do primeiro, eu tive ainda mais dois relacionamentos, nos quais moramos juntos e dividimos a vida do dia-a-dia. Claro que foram momentos de muito amor também, de muita cumplicidade... Foi tão bom que eu logo percebi que sempre quero ser casada. A vida a dois é muito gostosa. Mas hoje, fazendo uma retrospectiva, consigo perceber o seguinte: Nestes dois relacionamentos (o 2º e o 3°), em níveis completamente diferentes, pois no segundo isso foi leve, mas no terceiro isso foi bem intenso, existia uma certa carência, uma dependência emocional, uma necessidade do outro pra se sentir feliz. Isso em um nível leve leva a um relacionamento em que os dois estão sempre naquele grude e chega a confundir com amor intenso mesmo... Mas na real é quando estamos mais frágeis e inseguros. Porém, muito pior é a dependência emocional em um nível hard... nesse caso o relacionamento passa para um estágio doentio... Os dois perdem a paz e adoecem realmente.
E foi no fim do meu terceiro relacionamento, eu já estava completamente fraca, sem energia mesmo... era como se o meu Eu tivesse sido drenado... Foi aí que precisei me recolher e juntar as minhas forças novamente. Depois disso passei muito tempo sem ninguém. Eu já sabia que não queria mais participar desse jogo de gato e rato. Só valeria a pena ficar com alguém de novo se realmente sentisse algo especial. Se realmente soubesse valorizar e ser valorizada. Mas mesmo depois de muito aprender sobre mim mesma nestes últimos anos... Essa parte de relacionamentos estava um pouco adormecida... eu não tinha tido toda essa clareza até agora. Mas pra quem acompanha o mundo astral deve estar consciente... este mês de julho foi bastante intenso. Tivemos dois eclipses, Mercúrio retrógrado e a data limite. Tudo isso trouxe muitas questões pra serem resolvidas... trouxe muitas recordações do passado, coisas que estavam guardadas e já nem sabíamos mais que aquilo tudo existia dentro da gente. Nesse mês eu pude sentir tudo o que de mais intenso eu senti em cada relacionamento que vivi... não só os três que contei aqui, mas também aquelas paixões avassaladoras de menor duração, que aconteceram durante as fases de gato e rato... Eu senti a mesma dor de cada fim... Eu senti as mesmas angústias... Eu me acabei de chorar... Eu reconheci claramente aqueles sentimentos que já havia sentido antes... E tudo isso veio como uma enorme limpeza... Tudo isso estava saindo de mim. Mas pra sair, pra limpar, eu precisava sentir tudo novamente, reconhecer cada sentimento e finalmente re-significar. E foi em meio a tanta dor, ansiedade, que tudo foi ficando mais claro. Gente, eu vi claramente: Eu sou a grande porca da minha vida. Eu nunca fui capaz de reconhecer o meu próprio valor... O meu primeiro namorado foi capaz de enxergar a minha luz, algo que nem eu mesma tinha percebido até agora. A minha luz é o meu poder pessoal... é aquilo que eu trouxe pro mundo. As vezes isso pode ser assustador, sabia... é algo que a gente quer se conectar, mas a gente teme. Talvez por isso a gente foge das pessoas que gostam da gente. Talvez por isso a gente insiste com aqueles que não gostam tanto da gente. Mas no final, tudo é uma questão de a gente mesmo enxergar a nossa luz. Eu consegui ter um vislumbre da minha pérola quando estava chorando e resolvi encarar o espelho... em um momento de dor, de sofrimento, sentei e, olhando bem dentro dos meus olhos, pude reconhecer o que estava acontecendo... e o choro de tristeza se transformou em um choro de emoção e depois se transformou em riso, em cumplicidade, em autovalor. Eu vi a minha luz! Eu vi a nobreza dos meus sentimentos... eu vi a pureza, a sensibilidade e a entrega com que vivo. E é isso que eu prezo, que eu valorizo e busco nas pessoas... E eu tenho tudo isso. Eu realmente me encantei por mim... Eu conversei comigo, eu me abracei, eu me amei e me acolhi. Eu finalmente me senti cúmplice e parceira de mim mesma. Eu estou comigo e não abro! Percebi que preciso aprender a ser justa, em primeiro lugar, comigo mesma. Me tratar com a máxima honra e respeito. Tendo consciência da minha luz, deixo de aceitar migalhas. A carência vem de uma não-valorização de si, quando não reconhecemos a nossa luz e não nos admiramos, não nos amamos. Nesse estado aceitamos migalhas, pois ficamos em relacionamentos que não valem a pena, apenas para ter um mínimo de afeto. Gente, isso vale pra tudo na vida... Quando não acreditamos no nosso poder pessoal, aceitamos trabalhos que não queremos realmente... ou nem tentamos um trabalho que realmente gostaríamos. Mas quando enxergamos verdadeiramente o nosso valor, quando nos encantamos com a nossa pérola... Aí tudo muda. Eu me honro e me respeito. Se eu mesma me trato de qualquer jeito, aceitando qualquer coisa, porque espero que outra pessoa me trate com o máximo amor, respeito e me valorize? Não tem como, entende?
Quando a gente não vê a nossa própria luz, a gente fica em busca de ver essa luz através dos olhos de outra pessoa. E isso gera a carência. A gente precisa dessa outra pessoa, como se ela pudesse nos salvar e mostrar a nossa luz pra gente. Por isso, a busca hoje é enxergar essa luz por mim mesma. Acredito que é um processo... leva tempo pra gente reconhecer o nosso valor em cada área da nossa vida... pra gente ter consciência dos nossos dons e talentos... pra gente ter coragem de botar isso pro mundo... pra gente ter coragem de errar, de se expor... Pois isso faz parte do processo de tentar. Quem não tenta, não erra, não se expõe... Mas também não vive. E eu acredito que a gente tá aqui nesse mundo pra dividir tudo uns com os outros, pra se ajudar, dar as mãos. Não estamos aqui pra competir e mostrar quem é mais forte. Estamos aqui pra mostrar as nossas vulnerabilidades e dar as mãos... E aí sim somos mais fortes. Somos mais fortes juntos! Por isso tô aqui dividindo tudo isso com vocês. Todos temos a nossa luz. Todos somos uma linda e bela luz, que é única, que não existe igual. Só precisamos reconhecê-la. E é maravilhoso quando a gente pode dar as mãos e nos ajudar nesse processo. É lindo! É lindo reconhecer a nossa luz e é lindo ver o outro reconhecendo a sua também. E quando nos amamos, aí sim estamos prontos para amar o outro de verdade e pra nos permitirmos sermos verdadeiramente amados. Bom, já falei demais... hahaha Beijo grandeee Fiquem com Deus Fiquem com o Amor




Lud, que confissão mais linda. Somos espelhos! Eu vejo você, eu me vejo completamente. Seu livro me ajudou a me ver e volta e meia volto aqui para me reler. Tenho nodo sul na casa 07 (em peixes), você bem pode imaginar que tudo que vc trouxe aí me fez me ver todinha! Meu grande mentor que faleceu em 2020 em plena pandemia era um grande amor de outrora, pisciano. Era um pai, um professor, mentor, amigo, irmão de jornada. Tentou me alertar o quanto pode para meus jogos de colocar perola aos porcos. Mas a forma como fui criada era dificil enxergar meu valor, pois eu me via por meio da lente de meus cuidadores e para eles todo…