Sobre ser casal
- Ludmila Pinheiro
- 22 de jul. de 2020
- 3 min de leitura
Ser casal é para poucos... e ao mesmo tempo é para todos nós.
E por que digo isso?
Ser casal é a experiência mais incrível que podemos viver. Para mim, é o ápice do que é viver. Porém, digo que é para poucos, pois são raras as pessoas que estão abertas e interessadas em se entregar à vida em profundidade.
Sinto que a primeira coisa que precisamos nos conscientizar é de que não estamos aqui à passeio. Tem um motivo para estarmos aqui. E esse motivo é aprender algo. Então, vamos fazer uma analogia e imaginar que o motivo para viver seja aprender a ser marinheiro. O que te tornaria um bom marinheiro? Justamente as diferentes condições de mar que se apresentarem. Se o mar fosse sempre calmo, os dias fossem sempre ensolarados e a brisa suave o que você aprenderia? Te garanto que não muita coisa. Então, agradeça cada vez que um desafio aparecer, que uma condição turbulenta vier, pois é aí que se encontra a oportunidade de expansão pessoal.
Agora voltamos para a vida de fato. Viver é se relacionar... É interagir. Ninguém veio para ficar sozinho numa ilha. Por mais evoluído que a gente esteja, por mais amor-próprio que se tenha, independência emocional, conexão interior... se permanecermos sozinhos, acredito que sempre estará faltando algo. E, neste caso não estou falando apenas de um relacionamento amoroso, mas de vínculos emocionais em geral. Precisamos trocar com o outro... seja com amigos, familiares ou com o parceiro de vida. E isso ficou muito evidente durante a pandemia. Mesmo aquelas pessoas que estavam trancadas em uma boa casa, com sua família, com comida a vontade... mesmo essas, sentiram a necessidade de interação social.
E aí vem a questão: se a vida é se relacionar, ser um casal é a maneira mais intensa de viver.
Gente, é nas relações com o outro, qualquer tipo de relação, que temos a chance de aprender... de evoluir. É nessa troca de experiências... é na observação do outro... é na observação de si mesmo interagindo com o outro!
Mas, como disse antes, ser um casal é para poucos! Pois precisa de pelo menos duas coisas fundamentais:
A primeira é se permitir sentir!!! Caraca... isso é muito raro. Estamos todos com um medo tremendo de sentir. Por inúmeros motivos... traumas, bloqueios, feridas emocionais. O sentir hoje está vinculado a ficar vulnerável... e quem quer se sentir vulnerável? Desprotegido? Ou seja, está tudo distorcido! Sabia que a gente não precisa se sentir desprotegido e ameaçado por amar o outro... Mas, para isso, tem que trabalhar muito a cura das feridas emocionais, a auto nutrição emocional e o desapego... Certamente que não é fácil! Mas é perfeitamente possível! Basta querer!!! Querer de verdade!
A segunda coisa é assumir em sua vida as diferentes condições de mar que virão com o outro. Elas não pertencerão mais só ao outro... elas agora farão parte de você também... da sua vida, do seu caminho, dos seus aprendizados. E vice-versa. Ou seja, existe aqui uma parceria para enfrentar os desafios pessoais... Eu te ajudo e você me ajuda... e é muito mais gostoso assim! Só que isso é algo extremamente raro!!! Somos muito infantis neste quesito. O que acontece normalmente é que, ou um se apoia no outro e deixa de contribuir... ou fica muito “cada um por si” e aquela negação interior em agir como parceiro mesmo. A gente fica numa resistência interna de que essa batalha não é minha, é do outro... e não assume de verdade a parceira. Não assume que aquela batalha do outro também traz um aprendizado importante para a minha vida. Não vivemos nenhuma situação por acaso, tudo tem um motivo para a vida de todos os participantes.
E aí, é claro que tem muitas outras questões envolvidas... como a tênue linha que divide uma relação saudável de uma relação abusiva. Acredito que, até certo ponto, todos abusamos uns dos outros em algum momento. Pois sempre que não se respeita a vontade do outro, o querer do outro, o sentir do outro, o bem-estar do outro... sempre que olhamos só para as nossas necessidades pessoais e tentamos impô-las, já estamos abusando! É preciso muita sensibilidade para perceber o outro, para respeitá-lo. E mais ainda para perceber a nós mesmos e nos respeitarmos!
E aí mais uma vez a importância do se permitir sentir... ouvir o que a nossa alma quer... perceber a alma do outro... Achar um ponto de equilíbrio! E isso tudo é tão lindooo... essa busca... esse aprendizado.... esse compartilhar de experiências... e esse compartilhar de vitórias!
A vitória sozinha não tem a mesma graça... hahahaha... dá logo aquela vontade de contar, mostrar como foi... Dizer “olha o que aprendi!”... E de ensinar como foi...
Então vamos seguir e nos permitir sentir... viver.... nos relacionar!
Beijo grandeeee!
Fiquem com Deus
Fiquem com o amor
Lud ♥
A imagem veio daqui.




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